tag:blogger.com,1999:blog-3590003212124766902024-03-14T00:11:44.236-07:00Chuva<b> Diogo Miranda </b>http://www.blogger.com/profile/13795223333356416684noreply@blogger.comBlogger8125tag:blogger.com,1999:blog-359000321212476690.post-10761877210903037162012-04-23T07:54:00.001-07:002012-04-23T07:56:17.814-07:00Cão abandonado<b>Sou um cão abandonado, sou um velho sem rumo<br>
Passeio na rua sem ser visto, sem ver ninguém<br>
Sou a droga que consumo<br>
Sou a mágoa de alguém<br>
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Sou um cão abandonado, sou um herói esquecido<br>
Sou a sombra do meu medo, talvez perdido<br>
Sou a minha própria trela, e com ela me amordaço<br>
Sou a pedra da calçada , perdida no teu regaço<br>
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Sou um cão abandonado, sou um barco ancorado<br>
Sou as velas rasgadas que um dia navegaram<br>
Sou saudade e angústia, que deixei no porão<br>
Sou o vento que me arrasta e me tira o chão<br>
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Sou um cão abandonado, uma criança a brincar<br>
Sou o pião que um dia tu viste a girar<br>
Sou o xadrez que jogas com o coração<br>
Sou eu quem se ajoelha rogando perdão<br>
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Sou um cão abandonado, arremessado contra a valeta<br>
Sou o cigarro que fumas, quando te dá na veneta<br>
Sou a sorte abençoada numa noite de casino<br>
Sou um pobre peregrino, sem norte e sem destino<br>
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Sou um cão abandonado, entre curvas e ruelas<br>
E continuo sem ser visto, coberto pelas velas<br>
Se um dia passares por mim, finge que não me vês<br>
Sou um cão abandonado que não quer saber quem és.<br></b><b> Diogo Miranda </b>http://www.blogger.com/profile/13795223333356416684noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-359000321212476690.post-75431702623249151922012-04-19T02:54:00.001-07:002012-04-19T02:55:48.200-07:00Ódio existencialOdeio estes dias!<br>
Odeio querer escrever e não conseguir<br>
Odeio tomar um café que a nada me sabe<br>
Odeio fumar um cigarro que não me acalma<br>
Odeio estar a pensar no que não me faz bem
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Mas sobretudo odeio esta raiva<br>
Que me tira do sério<br>
E que leva o meu sangue<br>
A velocidades a nível de competição de rally<br>
E que eleva o meu corpo<br>
Mais alto que o céu, qual ave de rapina<br>
Qual avião sem Norte ansiando o despenho<br>
E rebento por dentro,sem o mostrar por fora
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Mas continuo a escrever<br>
Odiando cada palavra que nenhum sentido faz<br>
Odiando a caneta, odiando o papel<br>
E risco e volto a escrever,<br>
E volto a escrever mas risco<br>
Pois sei que amanhã será diferente<br>
Porque o mais certo virá<br>
E amanhã, terei algo novo para odiar
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E com este ódio vem também o amor<br>
Cruzando-se os dois, formando a dor<br>
Qual música de António Variações<br>
Onde a cabeça sem juízo,<br>
Odeia e ama ajuízadamente o seu redor
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E ama e odeia amar e odiar<br>
Com a mesma força, com o mesmo ardor,<br>
Com o mesmo olhar.<b> Diogo Miranda </b>http://www.blogger.com/profile/13795223333356416684noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-359000321212476690.post-75930754105115300872011-12-15T10:22:00.001-08:002011-12-15T10:23:35.547-08:00Letter to Santa<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/0/0b/Jack_Daniels_Logo.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 158px;" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/0/0b/Jack_Daniels_Logo.jpg" border="0" alt="" /></a><br />"I'm drinking Jack all alone in my local bar"<br /><br />I can still hear the wind whistle in my ear.<br />Been trying to figure out the words that he's been trying to tell me<br />At first, i couldn't believe what i thought i heard<br />And I reckon that it is my curse to live with.<br />Regret, anger, frustration for some things I've made<br />I know there's no running away, I'll have to live with it<br />Many years have gone by, and it still lingers in my head<br />The guilt, for being weak when I shouldn't<br />And for pretending I was strong when I wasn't<br />Every day, whether I'm alone or not<br />The wind still talks to me.<br />Though i can't seem to capture all of it<br />There's a sentence, that stands crystal clear on my mind<br />"I want you back" , thats what he whispers<br />So that I can't forget how weak I was<br />And for that, I'm sorry.<br /><br />"How we're going to make it work when it hurts, <br /> when you pick yourself up you get kicked to the dirt"<br /><br />So Santa, I'm all out of Jack,<br />And all i want for Christmas, is another bottle :)<b> Diogo Miranda </b>http://www.blogger.com/profile/13795223333356416684noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-359000321212476690.post-73355099514822080532010-11-28T15:51:00.001-08:002010-11-28T15:55:41.706-08:00caminharEnquanto percorres o teu caminho, vives momentos mais intensos que a vida, passas por pessoas com olhares distantes, vazios , retornas ao tempo em que também tu eras assim.<div>Choras, e choras não pelo que vês, não pelo que sentes nem pelo que sentiste, mas sim por saberes que nada mudou, nem o teu olhar, nem a tua vida.</div><div>Procuras um abraço entre a multidão, mas ninguém parece querer abrigar-te da chuva que te queima o corpo.</div><div>Mas quando fechas os olhos, vês-me aparecer por entre crianças e idosos, cães e bicicletas, e sentes o meu abraço apertado sobre o teu corpo.</div><div><br /></div><div>E quando abres os olhos, vês que é apenas o vento que sopra traquino à tua volta, e eu posso ter partido, mas o vento que te percorre a face é a minha sombra, e o que sentes quando te toca, sou eu</div><b> Diogo Miranda </b>http://www.blogger.com/profile/13795223333356416684noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-359000321212476690.post-49556750878563777952010-09-27T15:34:00.000-07:002010-09-27T15:37:53.012-07:00Varanda da cozinhaQuase todos os dias da semana, entre o pôr do sol e a madrugada, sento-me na varanda da cozinha, abrindo a porta de correr sem tentar fazer barulho, e fico ali a admirar o céu e as formas das nuvens ( quando assim elas o permitem).<div>Penso sobre tudo, penso sobre nada, e vejo a minha vida toda a passar-me a frente com um ténue aceno de adeus.</div><div>Gostava que nao fosse um adeus, gostava talvez de um até logo, gostava de reencontrar o caminho que há tanto perdi, gostava de ter sucesso , não por ter sucesso, mas sim para mostrar a mim mesmo e ao mundo que sou capaz.</div><div>Talvez chegue o dia em que nao volte mais a essa varanda, e quando ou se esse dia chegar, saberei que consegui.</div><b> Diogo Miranda </b>http://www.blogger.com/profile/13795223333356416684noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-359000321212476690.post-58364420955376219412010-04-29T05:50:00.000-07:002010-04-29T05:52:02.683-07:00O ventoO vento doi quando te toca na face<div>E o cheiro do teu rosto foge com ele e paralisa o mundo a tua volta</div><div>Deixas de sentir, deixas de ver , ficas cega para o mundo</div><div>Mas o mundo vê-te, mais cego do que tu</div><b> Diogo Miranda </b>http://www.blogger.com/profile/13795223333356416684noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-359000321212476690.post-54307680152079335562010-01-09T21:47:00.000-08:002011-12-15T10:35:05.429-08:00Sinto-te<div><br /></div>Na varanda, fumo um cigarro<div>Vejo carros a passar, e pessoas que vagueiam</div><div>Vejo árvores que tremem ao vento</div><div>E o céu constante, compreensivo</div><div>Sinto o travo amargo da erva seca</div><div>E arregalo os olhos quando vejo q'afinal</div><div>O cigarro, sabe a ti</div><div>Sabe a ti porque tudo me sabe a ti</div><div>Porque tudo te quer trazer p'ra perto</div><div>Porque mesmo quando nao estas perto</div><div>Consegues estar perto</div><div>Por isso faço dele o meu vicio, porque sei</div><div>Sei que de cada vez que fumar um cigarro</div><div>Vais invadir-me a boca com teu sabor</div><div>E vais fazer-me arder a garganta</div><div>E tirar-me o ar</div><div>Como outrora fizeste, de outra maneira.</div><div><br /></div><div><br /><br /></div><div><br /></div><b> Diogo Miranda </b>http://www.blogger.com/profile/13795223333356416684noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-359000321212476690.post-8674013035564409822009-06-29T00:32:00.000-07:002009-06-29T00:39:33.709-07:00PerdidamenteQuando acordamos juntos, sinto a tua pele, húmida do suor da noite, quente , e ainda que levemente, sinto-te viva, desperta, de todos os sentimentos e emoçoes que te fazem descontrolar. Sei que já pouco significado tem, sei que é mais mecanico que natural. No crepusculo da noite deitas-te a meu lado, sem falar, teus labios nos meus, maos, braços, roupas, cama, sexo... Já vejo que no mundo a capacidade de amar , amar de amar, no sentido mais lato da palavra, já nao existe, ou se existe, é muito dificil de encontrar. Dizes tu que amar é... partilhar momentos...emoçoes, alegrias, tristezas, desilusoes... amar já foi muito mais do que isso. Amar foi outrora entregar a nossa alma à(ao) nossa(o) parceira(o)... Onde se vê isso agora? Nao, amar já nao se vê na partilha de arrepios, nem na partilha do mais leve pensamento. Agora tudo sao segredos, e o que é revelado nao mostra nem a mais pequena parte do que estamos a pensar no momento. Nao, nao me digas o que é o amor, qualquer forma... virtuosa.... desfigurada... moldada e acomodada à sociedade nao me serve, amor de amor, amar de amar, sentir de sentir, o desejo puro, a ambiçao mais forte pelo corpo encaixa com o nosso na mais natural perfeiçao, isso é o amor... Isso foi o amor... Isso...<b> Diogo Miranda </b>http://www.blogger.com/profile/13795223333356416684noreply@blogger.com2